quarta-feira, 5 de junho de 2013

ESPECIAL ATIVIDADE PERMANENTE: LEITURA PELO PROFESSOR



- A atividade permanente de leitura pelo professor não pode se transformar em um momento burocrático da rotina. Não basta ler todos os dias para as crianças, é fundamental que esta leitura tenha um propósito comunicativo muito bem definido, caso contrário ela passa a ser somente uma atividade escolar a ser cumprida durante a rotina.

-  A seleção dos textos deve seguir determinados critérios que justificam sua escolha. Por exemplo, elegem um texto porque é original, propõe um tema interessante e divertido, pela qualidade de suas ilustrações, O critério que define a escolha do texto deve ser compartilhado com as crianças porque se constitui em um comportamento leitor importante.  A partir desta informação os alunos aprendem a selecionar materiais de leitura e a justificar sua escolha fundamentada em determinados critérios.

-  A atividade permanente de leitura pelo professor não é uma situação na qual o professor é o leitor e as crianças os ouvintes. Se considerarmos que ler é produzir sentido e não apenas decodificação, então os alunos são leitores pelos olhos do professor. Os alunos realizam uma atividade mental extremamente complexa para compreender o texto compartilhado pelo professor, o que faz com que este momento se constitua em uma situação de leitura para todas as crianças.

- A ilustração dos livros de literatura infantil fazem parte da obra literária. Por isto é imprescindível que as crianças vejam as ilustrações durante a leitura do texto.

- A atividade permanente de leitura pelo professor é uma situação de intercâmbio de impactos e impressões que o texto lido produziu em cada leitor. Um dos propósitos didáticos desta situação é formar leitores proficientes que compartilham entre si a produção cada vez mais elaborada de sentidos. Por isto permita que os alunos comentem os efeitos que a obra produziu, que façam perguntas e observações sobre o conteúdo do texto.

Dicas didáticas:

Prepare a leitura
Ensaie a leitura do livro em voz alta para transmitir ao grupo os efeitos que o texto pode produzir: sensibilidade para ler a explicação de “saudade”, tranqüilidade para “felicidade”, espanto para “preocupação”, alegria para “sucesso”, dúvida para “indecisão.

Prepare o espaço
Sente-se em uma cadeira e peça para os alunos sentarem no chão diante de você. Leia o texto com a ilustração virada para as crianças.

Apresente o livro para os alunos
Comece pela capa e pelo título. Deixe as crianças emitirem impressões sobre o livro espontaneamente. Explicite o seu critério para a escolha deste livro. Você pode também perguntar ao grupo se lembram do comentário que você fez sobre a história ou determinado personagem. Relacione ao título do livro.Fale um pouco sobre a autora.

Faça acordos para a leitura compartilhada
Antes de iniciar a leitura combine com seus alunos algo muito importante: diga aos alunos que você fará uma primeira leitura de todo o livro e que eles não poderão interrompê-la.  Desta maneira é possível construir um sentido global da obra literária. Combine também, é claro, que após a primeira leitura você voltará às páginas que eles indicarem. Diga assim: “Vamos fazer um acordo?! Eu vou ler a história, vocês vão escutá-la com atenção, observar as ilustrações e depois voltarei a ler as páginas que vocês indicarem. Faremos juntos os comentários da história, certo?”

Promova o espaço de intercâmbio
Após a leitura compartilhada abra um espaço de intercâmbio com seus alunos sobre o livro que você leu, tal como os leitores proficientes realizam. A interação grupal ajuda os alunos a avançar na compreensão do significado. Esses intercâmbios podem ser iniciados por algum aluno de maneira espontânea, ou pelo próprio professor, que se apresenta como leitor e inicia os comentários.

Avaliação
Analise se as crianças escutam a história com atenção, comentam assuntos ligados a ela, relacionam as ilustrações ao texto e se manifestam preferências por trechos ou episódios específicos na própria aula ou, posteriormente, numa roda de conversa, por exemplo.

Fonte de pesquisa: Lerner, Delia. Ler e escrever na escola — o real, o possível e o necessário. Porto Alegre : Artmed; 2002.

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